Frase da semana

Frase da semana

"Chegar ao topo de uma montanha, não significa vencer. Sair de um plano para estar em outro, apenas significa que a próxima rota é descer." - Miguel Minotti

domingo, 3 de abril de 2016

Diário do Vazio #3 - Quando o mundo acabar

Bastante tempo sem postar, mês passado acabei não postando nada. O terceiro diário do vazio, nada de muito complexo, vários sentidos, porém bem fáceis de entender.

Diário do Vazio #3 - Quando o mundo acabar


O mundo estará acabado
Quando o amor for conto de fadas
Quando o pôr do sol for de dentro de casa
Quando as palavras não significarem nada
Quando os dias passarem com a pressa
Quando o amanhã não for novidade
Quando tudo se baseia em burocracia pesada
Quando o olhar não diz uma palavra
Quando a noite for para longe
Com os sonhos de viver
E não tentar entender nada
Apenas seguir com prazer
Esquecer o que o medo pode fazer
Esquecer o que todos irão dizer
Usar todas as forças para sofrer
Mesmo sem saber
Que vai doer
Ter o prazer da pergunta sem resposta
A chance de procurar por palavras pressupostas
Não ser direto, não ter olhar concreto
Ter medo da madrugada
Querer ter por perto
O amor secreto
Não pensar no que haverá amanhã
Deixar de saber
Apenas deixar de saber
O que traz o prazer
O que traz a dor
O que faz o viver
Sorrir, sem ter medo de sofrer
O mundo estará acabado
Quando tudo é reposta
Quando o medo não existe
Quando não existe aposta
Quando viver, não passar
De programar horas para recomeçar
Tudo de novo até não mais se aguentar

Miguel F. Minotti dos Santos

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Naquela vila, o velho e o garoto #1 - O amor do passado

Venho trazer nessa madrugada, a nova série aqui do blog, onde postarei pequenas histórias, que tem como objetivo explicar algo ou apenas sentir. Enfim, as histórias diferentes de todas as postagens, estarão em forma de prosa.

Naquela vila #1 - O amor do passado


                A tarde estava ensolarada, as folhas enchiam as calçadas. O outono pode ser a estação mais bela de todas. Dona Cida, conhecida por todos da vizinhança como uma avó, varria de sua calçada até as proximidades do parque que era o centro da vila. Era um dia como todos os outros.
                Ao avistar o velho sentado na praça, Arthur logo se dirigiu até lá, seria mais uma manhã de papos. Arthur sempre conversava com o velho na praça, ninguém sabia seu nome, e ninguém nunca se interessou o suficiente para perguntar. Ele morava por ali, era a única coisa que sabiam dele. O pequeno jovem em sua fase de criança para adolescente sempre prestava atenção nas palavras do experiente, que também gostava muito do garoto.
                - Ei velhote!
                - Olá meu jovem.
                - A manhã de hoje está mais fria que o normal.
                - Realmente, esse frio me lembra muitos outonos passados. Eu não sei o que aconteceu... esse deveria ser o clima padrão dessa estação. O tempo vai passando tudo vai mudando.
                - Você sempre diz isso!
                - A idade sempre me faz esquecer!
                O garoto riu, pegou uma pedra próxima ao banco e começou a jogá-la para cima, logo virando para o velho e retomando a conversa:
                - E então, o que tem para me contar hoje?
                - Hoje irei te ensinar a tocar um instrumento que fez parte de minha juventude!
                - O seu violão?
                - Sim rapaz, acertou em cheio!
                - Você sempre comenta dele, diz ser seu companheiro, principalmente nas épocas das aventuras.
                - As aventuras... tão distantes do tempo de hoje, a vida passa tão rápido. É como o amor, entra em seu coração, bagunça sua cabeça, mas quando vai embora sentimos uma saudade interminável! A vida passa, queremos que ela passe mais rápido para que as coisas cheguem em um ponto onde pensamos que tudo será como nos sonhos, mas no final não queremos deixa-la.
                - Suas clássicas frases velhote, de onde tira tantas delas?
                - A vida te ensina algumas, outras você encontra em algumas daquelas embalagens de bala.
                Os dois deram uma risada que era levada pelo vento do outono, para longe. O parque era vazio nesta hora da manhã, mas a vizinhança passava boa parte do tempo ali. Alguns conversavam, outros liam, crianças brincavam.
                - Velhote, nunca pensou em ficar famoso contando essas histórias suas, escrevendo livros ou algo parecido?
                - Claro, sempre pensei nisso, mas percebo que não é realmente algo que eu gostaria de ter, nem sempre gostar de algo pode significar correr atrás de fama com isso. Como disse, a vida passa muito rápido, você nem consegue pensar muito bem o que realmente quer, e quando percebe, não quis nada.
                - Você disse que a vida é como o amor, mas por que ele deve ir embora?
                - Nem todos possuem o amor para vida toda, muitas vezes cometemos erros que fazem com que ele vá embora, em outros casos, ele nos passa a perna para se afastar aos poucos.
                - Tem a ver com aquela moça que você sempre comenta, não é?
                - Você é bom em encaixar as peças jovem!
                - Você sempre me disse que tudo poderia dar certo, mas no final...
                - Sim, no final eu perdi a chance por esperar demais.
                - Você tem alguma ideia de onde ela esteja hoje?
                - Não. Mas não faria muita diferença, os tempos são outros, aquela época passou.
                - O outro rapaz que a pediu sua mão a fez feliz? Quer dizer, você acha que ele a fez feliz?
                - Não sei, provavelmente sim. Nós devemos saber que não somos únicos em bilhões de pessoas, mesmo que sejamos únicos para uma pessoa em bilhões.
                - No caso, você seria o único para ela caso tivesse...
                - Sim, eu seria o único, então não haveria mais ninguém como eu para os olhos dela. Mas provavelmente, o único para ela é outro, desde aqueles tempos, e isso não vai mudar.
                - Você me disse uma vez, a partir do momento que você recolhe seus sentimentos para uni-los com alguém, isso te torna único, e torna a outra pessoa única.
                - Sim, é exatamente isso.
                - Hoje não poderei ficar mais tempo, tenho que visitar minha avó no hospital, prometi a ela.
                - Pode ir garoto, aproveite enquanto seu tempo com ela é um tempo verdadeiro, e não de sonhos!
                - Até mais velhote!
                O garoto se levantou, e foi se distanciando aos poucos, até que o vento e as folhas eram as únicas coisas que estavam ao alcance dos olhos do velho, ele sorria, pensava nos tempos antigos, continuava pensando, as memórias eram tudo que restava para ele. Nessa vizinhança, todos possuem uma história, como em todas as outras, e como em todas as pessoas.

Miguel F. Minotti dos Santos

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Ao pôr do sol - Novo Poema!

Olá para aqueles que leem esse blog, sem muita demora desde o último poema, estou trazendo mais um! Juntamente com ele gostaria de dizer algumas mudanças que estarei fazendo aqui, serão coisas bem simples, mas acho que ajudará para aqueles que não acompanham o blog e pretendem ler um poema mais específico, para isso estarei colocando palavras-chaves para cada poema, fazendo assim seções diferentes para cada assunto nos poemas. Voltando para esse poema, talvez tenha deixado um pouco mais confuso ou misturado, as palavras foram saindo e fui escrevendo, gostei do resultado final.

Ao pôr do sol


A dor presente
Não é como um olhar
Rápido, discreto
Passageiro sem destino certo

Uma forma diferente de sonhar
Os sonhos desse inverno
Não são como um olhar
São apenas tristes
Mas contentes por sonhar

Mas é algum tipo de dor
Que movimenta o vento
A brisa que o outono trás
Que faz os cabelos do amor
Voarem sem destino
Do final da tarde, a cor

Sem nenhuma forma
Sem nada para contestar
Apenas olhar a brisa
A grama, as folhas e o caminhar
Do olhar, rápido para o mar

Procurando o pôr do sol
Para com este se juntar
E se pôr para cair
Com a luz das estrelas
E com o luar

Que agora reflete a luz
Como um espelho
Que mostra dor
Dos cabelos inquietos
De pura inocência
Que são os cabelos do amor

Miguel F. Minotti dos Santos

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A estação - Novo Poema!

Faz quase um mês que não posto nada, então postarei esse poema que escrevi a pouco. É um tanto longo, eu particularmente gostei. Espero que gostem também.

A estação



E o tempo vai passando, quem lembraria
Eles param no meio da trilha
Mas quem irá se lembrar, das memórias
Guardadas por tanto tempo, para serem esquecidas

Pois quem perde, não irá querer saber
Do momento em que a derrota fez prevalecer
Os sentimentos frios, mas quem irá se lembrar
Os vencedores, guardaram no coração, para toda vida

E o tempo passa, novamente todos parados
Esperando o momento de seguir seu lado
Seu rumo, em busca de algo mais isolado
Ou algo mais movimentado

Mas quem irá se lembrar, da partida
Do momento da ida, apenas quem viu
As janelas repetidas
Lembrará da dor da despedida

Pois quem se foi, vai para não voltar
E algum vazio deve chegar para ocupar
Pois algo deve estar ali
Não importa como, ou se poderá substituir

Apenas as visões cansadas
Ou o brilho renovado de esperanças
Olhando pela janela, a neve, a chuva
A mudança, o tempo vai passando

O tempo vai passando, para levar
As folhas do chão de outono,
Ou as flores à primavera renovar
Para talvez tentar apagar

São tantos parados em meio a multidão
Alguns andam, alguns estão sentados no chão
Alguns com as mãos no coração
Outros perdidos pelos pensamentos, não prestando atenção

No momento em que as janelas passam
E que todas a confusão acaba
Todos vão para seu caminho
Seu lugar, sua casa

Quem fica, também pode ser o que se vai
Mas pelas estradas, sempre olhando para trás
Seja para tirar a dúvida de que
Quem sabe por algum motivo, seja possível reviver

O brilho, o sonho, o amor
Os momentos, as memórias, a cor
As estrelas, a luz, o calor
As noites, a lua, seja o que for

Mas ao momento em que se passam as janelas repetidas
É quando também se passam as janelas da vida
E o tempo vai passando, mas quem lembraria
A passagem nos trens, é apenas de ida

Não será possível estar indo e voltar
E não haverá felicidade em quem não quiser aceitar
Mas ninguém vai aceitar, desistir de lutar
Enquanto ainda eram vistas as janelas, 
Essa era uma ideia a se considerar

Mas quem vai olhar, para as flores do passado
Quem lembraria, do coração que foi magoado
Ou do olhar que foi amado
Ou de tantas outras pessoas, esperando as janelas
Com o coração apertado

São tantos tempos passando
Que é tão fácil de se confundir
São tantas trajetórias iguais
Que se não fossem por seu destino final
Não teria sentido esperar o tchau, ao sair

O sol, vai sempre brilhar
A lua vai sempre na noite estar
Mas os sentimentos, para isso não vão olhar
Pois as memórias sabem, que para tudo isso
Existe apenas um caminho, um sentido para admirar

Até mesmo as janelas que vão passando
Contam histórias diferentes
Tantos pensamentos perdidos
Ou um amor separado com um sorriso contente

Que vai doer em qualquer um que lembrar
Mas quem lembraria
O tempo vai passando
E o passado estará em todo lugar
As janelas passam todos os dias
Sem parar

Miguel F. Minotti dos Santos

domingo, 3 de janeiro de 2016

Diário do Vazio #2 - Aquele triste dia

Trazendo após muito tempo, mais um diário do vazio. Como já disse no anterior, a série diário do vazio possui intuito de variar o sentido de acordo com a forma que são lidas. Essa pode ser considerada realmente um tanto mais triste do que as outras, ou talvez mais forte. Enfim, que seja de agrado.

Para quem quiser a última postagem do diário do vazio:


Diário do Vazio #2 - Aquele triste dia



Em outro beco ela parou
Junto com seus passos
Para cima ele olhou
A chuva que o acompnhava
Que não o deixava
Que em todos os caminhos estava
Não era uma tristeza
Essa já havia ido embora
Para dar lugar a uma represa
De novos sentimentos
Que não se comparam a tristeza
Que carregam uma nuvem
Negra, muito semelhante a uma forma
A forma que carregava seu semblante

Seus passos já não tocavam o chão
As poças de água formadas
Apenas refletiam seu coração
Tal como as gotas de água
Demonstravam sua triste solidão
Não é como se fosse um caminhar solitário
Apenas a sombra o acompanhava
Sempre sem pressa e com olhar calmo
Seus olhos, esses quase cegos
Cansados do brilho que trazia o Sol
Que não fazia nada mais do que iluminar
As frestas causadas pelos rasgos de seu guarda-sol
Sempre com o mesmo olhar para o caminho
Sem medo algum de aceitar o seu destino
A dor de sentir medo, não se equiparava
Não chegaria perto da dor causada
Pelas lágrimas que choviam dentro de seu peito

Mais um dia perdido, vagando atrás do nada
Do nada que o esperava, toda tarde solitária
Sem dúvidas de que poderia encontrar
Talvez algo que o fizesse mudar 
Das nuvens negras carregadas
Mas então seu dia de triunfo jamais chegou
E por muito tempo ele vagou
Atrás de algo que ele nunca acreditou
Por que no fundo de seu coração
Ele sabia que sua caminhada, nunca adiantou
Ele nem ao menos sabia porque a começou
Ele nem ao menos sabia
As distâncias entre o hoje e aquele dia
Por isso, ele nem ao menos entendia
A razão de estar ali, ou a razão do que fazia

Miguel F. Minotti dos Santos

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Algum outro lado - Novo poema

Como disse, logo postarei mais poemas. Trago hoje um poema que pode parecer bem confuso, pois de cada estrofe eu tirei um significado diferente, pode ser um tanto complicado de ler. Mas tirem suas próprias conclusões a partir de cada verso.

Algum outro lado


Enquanto não precisar enxergar
As cores não vão existir
No momento em que abrir os olhos
Elas irão existir, mas não estarão lá

Enquanto as estrelas brilham
Os olhos se apagam, como uma lâmpada
Como um quadro negro, uma lousa
Enquanto isso, mais distante fica a voz que canta

Mas ela só pode ser ouvida daqui
Onde as cores não existem, mas estão ali
Onde o som não se propaga, mas eu posso ouvir
Por isso esses olhos se fecham, para sorrir

Para sorrir diante de um novo céu
Esses olhos podem ou não se abrir
A escolha é de quem os fechou
Mas neste mundo, poucos entram e querem sair

Pois aqui, o som não se propaga
Mas pode-se ouvir, as cores não existem
Mas mesmo assim, o céu brilha
As estrelas refletem um olhar de cima

Aqui todos tem asas, e sabem ou não voar
Aqui todos estão embaixo, porém estão no alto do mar
Que canta sua melodia distante
Que manda os ventos com seu som para longe

Alguém chora lá fora, posso ouvir
Parece algo tão triste
Quando os olhos param de brilhar
Apenas a melodia do mar, pode lhes curar
Mas esse alguém que chora, ainda vou descobrir

Miguel F. Minotti dos Santos

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Tardes de Outono - Novo Poema

Após um longo tempo sem postar nada, vou voltar a postar, ao menos eu espero. Esse poema já está pronto a um bom tempo, só não havia postado ele ainda. Espero que seja de bom entendimento.

Tardes de Outono


Eles prometem, eles não cumprem
Suas promessas são sempre
Além do que a vida pode fazer ao homem
Essas promessas, esses desejos se escondem

Onde eles estão, não sabemos
Ao menos não temos sua localização
São passos ao longe, além do coração
Eles prometem, que não se vão

Mas apenas uma coisa é certa
E ela chega para quebrar qualquer promessa
Para quebrar qualquer mentira no caminho
Para tirar a venda, que não tiramos sozinhos

Somos cegos, sem direção
Com tantas promessas, falsas no coração
Com o passado trazendo sua imagem
Projetando sua sombra no chão

Aquela sombra que te segue
Nas tardes de outono
Naqueles dias que não há sono
Quando percebemos, que sozinhos somos

São muitos, são tantos deles
Mas uma solidão pode apertar suas mãos
E pedir para sentar ao seu lado
Ela lhe promete, que nunca será abandonado

Promessas acabam, como uma brisa
Que leva as folhas velhas
No outono frio e nostalgico
Em suas visões, talvez exista algo mágico

Miguel F. Minotti dos Santos